Motorista de app se torna réu por crimes sexuais contra adolescentes em Alphaville, mas é solto pela Justiça
04/09/2025
(Foto: Reprodução) Eduardo Bernardes Silva se tornou réu por crimes sexuais contra seis adolescentes
Reprodução
A Justiça aceitou a denúncia do Ministério Público (MP) e tornou réu um motorista de aplicativo acusado por crimes sexuais contra seis adolescentes moradores de Alphaville, condomínio de alto padrão na Grande São Paulo. A decisão judicial é de terça-feira (2).
As vítimas são todas do sexo masculino e têm menos de 18 anos. O réu, Marcos Eduardo Bernardes Silva, o "Marcão", tem 56 anos. Ele estava preso, mas foi solto nesta semana por decisão da Justiça (saiba mais abaixo).
Os garotos contaram à polícia que Marcos atuava como motorista particular deles. E que enviou mensagens, vídeos e fotos pornográficas e tentou beijá-los e tocar em seus órgãos sexuais à força durante as corridas para escolas, shoppings e festas. Para tentar convencê-los, disseram que ele chegou a oferecer bebida alcoólica e a direção do seu carro para os jovens dirigirem, o que também é ilegal.
"Tomou banho? Está cheirosinho? Está gostosinho? Tem que tirar uma foto! Sem camisa... manda uma que apaga, não tem problema... pelo menos eu olho rapidinho. Só não pode mostrar o bilau, se mostrar o bilau eu me apaixono", disse Marcos, numa das mensagens enviadas para um dos meninos.
O Tribunal de Justiça (TJ) soltou Marcos a pedido de sua defesa, um dia antes de ele se tornar réu. E determinou que o acusado cumpra medidas cautelares, como: comparecimento mensal ao fórum; proibição de sair da cidade sem autorização e de se aproximar a menos de 100 metros de distância de vítimas e testemunhas.
Desse modo, Marcos irá responder em liberdade por crimes como "violência sexual mediante fraude", "exploração sexual de menores", "corrupção de menores", "entregar direção a pessoa não habilitada", "fornecer bebida alcoólica", "submeter adolescentes a constrangimento" e "divulgação de pornografia com menores".
'Predador sexual'
A Justiça marcará futuramente uma data para ouvir vítimas, testemunhas e interrogar o réu. Essa etapa do processo é chamada de audiência de instrução. E serve para decidir se há indícios de crimes cometidos pelo acusado para submetê-lo a julgamento.
Em caso de uma eventual condenação na Justiça, a pena para alguns desses crimes é superior a quatro anos de prisão. Como, no entendimento do Ministério Público (MP), ele cometeu vários crimes de maneira continuada contra as vítimas, totalizando 24 crimes, a pena poderá ser maior.
O g1 não conseguiu localizar os advogados de Marcos para comentarem o assunto até a última atualização desta reportagem.
Segundo a denúncia do MP, feita pela promotora Renata Fuga, o acusado é um "predador sexual" que exercia a função de motorista para cerca de 70 crianças e adolescentes em Alphaville.
Acusado já foi preso
DDM de Santana de Parnaíba investiga caso de motorista de aplicativo preso por suspeita de crimes sexuais contra adolescentes
Reprodução/Google Maps
O motorista havia sido preso em 5 de junho pela Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Santana de Parnaíba em cumprimento a mandado de prisão temporária decretado pela Justiça. Posteriormente, a prisão foi convertida em preventiva. Foram feitas também buscas na residência dele, onde foram apreendidos computadores e telefones.
Mas a defesa de Marcos entrou com pedido de liberdade no TJ, a segunda instância da Justiça, alegando que a prisão dele estava lhe causando um "constrangimento ilegal".
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