Pai de gêmeas unidas pela cabeça diz que está ansioso por separação completa: 'Elas precisam poder ver uma a outra'
04/09/2025
(Foto: Reprodução) Gêmeas siamesas recebem alta após primeira cirurgia no HC de Ribeirão
Pai das gêmeas siamesas Heloísa e Helena, Amarildo Batista da Silva confessou, na quarta-feira (3), que respirou aliviado após o fim da primeira cirurgia que vai separar os crânios das filhas. As meninas receberam alta 11 dias depois do procedimento.
Heloísa e Helena ainda passarão por mais quatro cirurgias até a separação total, que deve acontecer até o meio do ano que vem. Amarildo diz que não vê a hora de as meninas poderem ver uma a outra e brincarem juntas.
"Não vejo a hora. É sempre com aquele medo [da próxima cirurgia], mas medo faz parte da vida. Elas precisam muito dessa separação para poder ver o rostinho uma da outra, poder brincar".
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O primeiro dos cinco procedimentos programado até 2026 foi realizado no dia 23 de agosto, no Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto (SP). A gêmeas passam por exames desde 2024, quando o planejamento das cirurgias começou.
De acordo com o HC, Heloísa e Helena, de 1 ano e 8 meses, que são de São José dos Campos (SP), permanecerão em Ribeirão Preto e serão acompanhadas pela equipe multidisciplinar em retornos regulares até a data da próxima cirurgia, que ocorrerá em novembro.
Gêmeas Heloisa e Helena receberam alta nesta quarta-feira (3), após primeira cirurgia no HC de Ribeirão Preto, SP
Divulgação/HC Ribeirão Preto
Na quarta-feira, enquanto aguardava a ambulância que levaria as filhas para casa, Amarildo falou sobre a angústia de passar pelo primeiro procedimento, mas afirmou que está mais confiante para os próximos que ainda estão por vir.
"Eu estava apavorado, falei [no dia da cirurgia], por mim, pegaria e levava embora, não deixava mexer nas minhas filhas. Mas os doutores passam grande confiança na gente e, agora, sim, agora a gente vai com mais fé. Só tenho a agradecer todos por tudo isso que está acontecendo na minha vida e na vida minha filha. As principais da história são elas".
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Até novembro, Amarildo e a mulher se dividirão nos cuidados com as gêmeas até a segunda cirurgia começar.
"Agora é por nossa conta, nós conduzimos até a próxima cirurgia. Elas estão ótimas, parece que nem passaram por cirurgia. O tamanho do corte que eu vi hoje, até assustei, mas [elas estão] pulando mais ainda de alegria. Graças a Deus e os doutores".
Em oito anos, o caso de Heloísa e Helena é o terceiro tratado pelo hospital de Ribeirão Preto, considerado uma referência nacional nesse tipo de procedimento.
Referência em cirurgia de separação de gêmeos craniópagos
Nos últimos anos, o Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto se tornou referência em cirurgias de separação de gêmeos craniópagos, que nasceram unidos pela cabeça.
Desde 2018, a unidade foi reconhecida por concluir procedimentos bem sucedidos de pacientes de diferentes partes do país e acaba de iniciar o tratamento de um terceiro caso.
Equipe do HC de Ribeirão Preto realiza primeira etapa de separação de gêmeas siamesas de São José dos Campos (SP).
Divulgação/ Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto
Meses de estudos, tecnologias como modelos tridimensionais e realidade aumentada, uma equipe de múltiplas especialidades em trabalho conjunto e um planejamento para a realização dos trabalhos em etapas são alguns dos elementos que têm garantido uma mudança de perspectiva para famílias de crianças que nascem com esse problema.
No dia 23 de agosto, cerca de 50 profissionais concluíram a primeira das cinco cirurgias previstas para separar Heloísa e Helena. De acordo com os médicos, eles conseguiram realizar 25% do que estava projetado, sem intercorrências.
O último procedimento, que separou em definitivo as irmãs Allana e Mariah, aconteceu em agosto de 2023.
O primeiro foi em 2018, quando, em um caso inédito no Brasil, a equipe do neurocirurgião Hélio Rubens Machado, chefe da neurocirurgia pediátrica do HC, separou as gêmeas Maria Ysadora e Maria Ysabelle.
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