VÍDEO: Jovem com pior dor do mundo passa por procedimento com sedação profunda em busca de alívio; veja cirurgia
04/09/2025
(Foto: Reprodução) Jovem com pior dor do mundo passa por procedimento com sedação profunda em busca de alívio
O Profissão Repórter desta terça-feira (2) foi até São Lourenço (MG) para conhecer a história de Carolina Arruma, uma jovem que enfrenta uma doença chamada neuralgia do trigêmeo. Essa condição gera o que é considerada a pior dor do mundo.
Diagnóstico e sofrimento diário
Aos 16 anos, Carolina começou a sentir as primeiras dores durante a gravidez.
“Na primeira crise que veio, eu lembro que eu estava sentada no sofá, na casa da minha avó e de repente me veio uma dor na face, que eu só conseguia gritar. Eu segurava o rosto e gritava. Eu não sabia o que estava acontecendo. Meu pai estava comigo. Não sabia o que estava acontecendo e fui assim durante uns 30 segundos. Mas para mim pareceu uma eternidade. Até que essas crises começaram a se repetir”, lembra.
Foram necessárias consultas com 27 neurologistas até que ela recebesse o diagnóstico de neuralgia do trigêmeo — uma condição rara que afeta 0,3% da população mundial. O nervo trigêmeo é responsável por transmitir sensações do rosto ao cérebro. Quando comprimido por um vaso sanguíneo, provoca crises de dor súbita e intensa.
"Dor é o que se perde. Está perdendo tempo de vida, já está perdendo prazer na vida. É um aspecto da dor que só o paciente que vive sabe o que quer", diz o médico.
Para tentar aliviar a dor, Carolina já passou por diversos procedimentos. Um deles foi a implantação de um eletroneuroestimulador sob a pele, que envia ondas elétricas ao nervo. Ela também utiliza uma bomba de morfina implantada no corpo, que libera o medicamento diretamente na medula. Mesmo com os tratamentos, a dor persiste.
“Já faz mais de cinco anos que não tenho uma noite completa de sono. E eu tomo muito remédio para tentar conseguir dormir, mesmo assim não funciona”, conta.
Profissão Repórter conhece a história de Carolina Arruda, jovem brasileira com pior do mundo
Reprodução/TV Globo
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Impacto mental
Além da dor física, Carolina enfrenta o impacto emocional da doença. A dor crônica também gerou quadros psiquiátricos e até pensamentos suicidas.
“Ela me tirou tudo. Primeiro, a minha filha. Depois, a convivência com amigos e família. Aos poucos, tirou a vontade de fazer qualquer coisa”, desabafa.
A falta de acolhimento também pesa:
“No começo, muitos duvidavam de mim. Aprendi a lidar com tudo sozinha.”
Cirurgias e procedimentos
A reportagem acompanhou Carolina em sua transferência para a Santa Casa de Alfenas, onde passou por quatro procedimentos cirúrgicos, incluindo a crioablação — técnica que congela o nervo trigêmeo a -62°C para interromper os sinais de dor.
Após a conclusão dos procedimentos cirúrgicos, Carolina foi encaminhada para a UTI, onde permaneceu em sedação profunda para receber doses de cetamina. Por causa dos efeitos colaterais, a substância só pode ser administrada com o paciente desacordado.
A expectativa era que, mesmo que temporariamente, a dor diminuísse e Carolina pudesse responder melhor aos medicamentos. Quinze dias após a cirurgia, Carolina relatou que os procedimentos não surtiram o efeito esperado.
“Depois dos procedimentos, a ideia era que a dor reduzisse pelo menos um pouco e que eu respondesse melhor os medicamentos, mas infelizmente isso não aconteceu. A única coisa que está na minha cabeça agora é: conforme-se, você vai viver assim para sempre” .
Jovem com pior dor do mundo passa por procedimento com sedação profunda em busca de alívio
Reprodução/TV Globo
Veja a íntegra do programa no vídeo abaixo:
Dor - Edição de 02/09/2025
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